Denise Stoklos promove o encontro do teatro essencial com a obra de Clarice Lispector, sem amarras e sem rede de segurança, como convém a uma artista que nunca fez do palco um lugar de teatralidades convencionais.

ABJETO SUJEITO - Denise Stoklos (SP)

CLARICE LISPECTOR POR DENISE STOKLOS

Há muitos anos, Denise Stoklos foi convidada por Fauzi Arap para criar um espetáculo a partir de textos de Clarice Lispector, de quem ela já era uma dedicada leitora desde os 17 anos. Um episódio particular já havia marcado a criadora do teatro essencial, no final da década de 1960.

Grande admiradora da escritora, Denise foi ao Rio de Janeiro e descobriu o endereço de Clarice na lista telefônica. Com a audácia da idade, ligou para ela de um telefone público embaixo do prédio. A própria Clarice atendeu a jovem universitária que lhe pedia uma entrevista e mandou que ela subisse. Feitas as primeiras perguntas, Clarice disparou: “Você não veio me entrevistar, você veio me conhecer, não é? Então, deixe de lado a caneta e o bloco de anotações e vamos conversar.” Do encontro, Denise guardou para sempre a imagem daquela mulher fascinante – ucraniana assim como ela.

Cerca de uma década depois, quando ouviu, na derradeira entrevista concedida à TV Cultura, a escritora dizer que jovens leitoras compreendiam melhor sua obra do que os especialistas, Denise se sentiu naturalmente incluída na referência.

Assustada com o desafio lançado por Fauzi Arap, a jovem atriz capitulou, mas, agora, aos 71 anos, Denise Stoklos promove o encontro do teatro essencial com a obra clariciana. Sem amarras e sem redes de segurança, como convém a uma artista que nunca fez do palco um lugar de teatralidades convencionais. O resultado é uma investigação radical a respeito de como o corpo, a voz e a emoção da intérprete expressam uma palavra literária empenhada em dizer o que a todo momento beira o indizível.

Denise entrevistou Clarice que entrevistou Elis que fascinou Clarice que fascinou Denise. Três mulheres ligadas pela corrente do destino artístico, da aventura da maternidade, do exercício político feito de sensibilidade e do cotidiano. Três mulheres-criadoras que, por força do tempo natural, não podem se encontrar agora, mas que estarão juntas durante 75 minutos, convivendo mutuamente, graças à ilusão vivificadora que o teatro contemporâneo ainda pode proporcionar.

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Ficha técnica

  • Concepção e Interpretação: Denise Stoklos
  • Direção: Elias Andreato
  • Dramaturgia: Welington Andrade
  • Textos: Clarice Lispector
  • Canções: Elis Regina
  • Iluminação: Aline Santini
  • Espaço Cênico e Figurino: Thais Stoklos Kignel
  • Assistente de Direção/operação de som: Cristina Longo
  • Operação de Luz: Maurício Shirakawa
  • Diretor de Produção: Ederson Miranda
  • Concepção e Interpretação: Denise Stoklos
  • Direção: Elias Andreato
  • Dramaturgia: Welington Andrade
  • Textos: Clarice Lispector
  • Canções: Elis Regina
  • Iluminação: Aline Santini
  • Espaço Cênico e Figurino: Thais Stoklos Kignel
  • Assistente de Direção/operação de som: Cristina Longo
  • Operação de Luz: Maurício Shirakawa
  • Diretor de Produção: Ederson Miranda
  • Concepção e Interpretação: Denise Stoklos
  • Direção: Elias Andreato
  • Dramaturgia: Welington Andrade
  • Textos: Clarice Lispector
  • Canções: Elis Regina
  • Iluminação: Aline Santini
  • Espaço Cênico e Figurino: Thais Stoklos Kignel
  • Assistente de Direção/operação de som: Cristina Longo
  • Operação de Luz: Maurício Shirakawa
  • Diretor de Produção: Ederson Miranda
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